domingo, 2 de setembro de 2012

Aquele sonho...

Eu me lembro bem daqueles tempos.. Lembro bem daqueles cheiros. E como cheirava... Ainda tenho guardado dentro de mim aquelas notas, aquele aftertaste.. e fazia frio. Ah, uma promessa. Um barzinho, um violão.  São debitos de honra, pactos de sangue. São juramentos à fio de bigode, se é que sobrou algum pêlo pra lembrar.. Só sei que lembro bem daquele "mas enquanto isso". Can you?

And hell i want this time to end, buddy. Hell i do.

Tem muita coisa em jogo, a aposta ficou alta. Posso acabar mais um dia? Or may i raise it a day? Should i? Can we? Aposto que não vale a pena jogar.

Eu ainda confio no seu julgamento, cara. Hell i do.
Hell
i
do.
Tô te esperando, brou.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Minucioso

Em um meio estranho, um mundo qualquer, em viés de revés e em tons de castanho; é com miséria que me farto em dúvida e discórdia; pela minha custódia tenho ódio. Em mãos de reis nada sãos é que em vão me ensinam. E no fim desta bagunça de fel e indecência me pergunto quem se ateve ao observar o pequeno, contemplar o detalhe, satisfazer-se com o simples e não escravizar-se pelo ápice, não buscar pelo apogeu e viver em um carnaval enferrujado, onde não se vê o que é além do por quê.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

It's a Carrousel, Baby

Dude, crazy fingers shooting down both good freaking lads. É um longo, longo, longo mundo enquanto você caminhar reto. Olha para os lados, faz menção de virar, tropeça, levanta, anda adiante e continua pelo tapete vermelho do estrelado. I'm gonna go to the gaol, i've told ye.. De um cabo à outro rabo o chão tem chão, mayhaps next year, who knows? Contra a corrente, contra-cultura, contralto em overture, barítono no crescendo. Now that's what i want to see!
In the end, it's all the same, it's all over again, for the end is the start, and to start is to comprehend.

I can't help it, baby.. não fui programado pra isso.

Anyways, i'm game.

Il sangue di luce

Reflexo em tela. Realidade projetada. Sentimento placebo contraposto. Contra tudo. O paraíso superficial da silhueta daquela flor era tudo o que precisava ser dito. Paz, aquilo me trazia paz. O resto mudava de cor, ficava meio avermelhado. Talvez fosse o sangue subindo a cabeça.. "Ei! Acorda desta distração platônica!" Leio-me descrito em formas prolixas enquanto assisto a flor desabrochar em uma nova mania, um novo sentimento. O resto continua trocando de cor, colorindo tudo ao redor, exceto pela flor. E no fim, quando se dá conta, pobre hobo da vida, percebe que a flor real é muito mais grís, pois acaba de morrer.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Retorno e Triunfo do Sonhar

Olhos fechados, rostinhos serenos. É prazeroso ver como o sono traz feições gentis e uma estranha e quieta ausência de malícia. O aspecto daquelas faces antes ameaçadoras, tramando a derrota alheia, agora ausente, contudo inviolante, inspirando confiança. Até o mais vil dos discípulos de maquiavél pode se tornar um mero desprovido de segundas e terceiras intenções caso esteja dormindo. Quero assistir a todos dormirem, para que seus olhares penetrantes não me cerquem, mas antes desejo vê-los compenetrados num único objetivo: serem puros para com suas essências. Qual despertos são maquinadores de desígnios dominadores, enquanto dormentes são meras faces de meios-sorrisos e nenhuma maldade. Tenho novamente o almejo de sonhar, e ver o quão bom é este plano doce que inspira tanta bondade em carrancas deformadas por ódio e resignação.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Staccato inquietante; Ária de mágoa

Essas pessoas... Para que esquina de seus interiores foram seus sensos? Para qual confim do universo foram suas resoluções? Indigno-me de seus caprichos, tolos! Tolas! São todos animais, por que consideram cuidadosamente seus instintos, se nunca ousam deixá-los? Torna-se para mim cada dia mais difícil empatizar com seus hábitos, com seus humores. Por que me sinto tão desapegado, destacado? São presos por grades de formas, cabelos, sorrisos e prendas. Compensação por aceitação. Indulgência. Cinísmo. Lascívia! Para onde foram seus sensos, danação?! Se me fosse cabida qualquer danação.. Ah, não os culpo.. Não os entendo. São como ovelhas, com ou sem pastor, mas são ovelhas que rastejam como cobras e ladram como cães! Não sigo seus pensamentos, sou tão ilógico assim? Por que não os compreendo? Por que não assimilo seus desígnios e tomo parte de suas vãs futilidades? Tenho como pertence a mim próprio e nada mais; não sinto o pulsar de suas veias, não sinto o calor de suas mãos, só o frio de suas carrancas sem sentido. Sinto-me nu, como quem encontra e perde de imediato, como quem sabe e não lhe é perguntado. Sei, e o pior de tudo é que sei. Sei também o quanto sou maldito nesta lacuna de mundo, sem entender, interiorizar ou almejar qualquer que seja a praxis destes meus primos distantes. Humanos, humanos.. Por que me sinto tão pouco quanto vocês? Por que me enoja tanto sua linguagem? Por que me torno quieto diante de seus olhares brincalhões? Não os entendo, mas amo-os tanto, por que?

domingo, 11 de dezembro de 2011

Alada Sophieé pés de alabastro

"Asas, asas, as guardo para mim!
Só revelo, por sopros, uma espiral sem fim,
repleta de carícias verdejantes de sibilante significado,
que palavras vãs e iníquas jamais teriam falado!"

O charadista continuava por apresentar seu amigo, Jaremy, e com metáforas falava de asas, asas alvas como o leite de tulipas..

"Tu ru ru, tu ru ru, tu ru tu ru ru ru ru ru" serpenteava o flautista, apontando para Cyanjack com a ponta de sua perene flauta transversal.

E pela noite afora, nas areias da praia, sob o céu pululando com estrelas, os dois amigos encantaram dezenas de corações com palavras recitadas com doçura e tristeza; outras sopradas em compassos disformes por lábios em embocadura quente de tanto sibilar. Suspirava, suspirava, suspirava até não poder mais a inebriada Sophieé, dama de três-mais-vinte, que nada sabia da vida. Cambaleava de paixão sem saber quem amava mais, se o ácido misterioso ou o gentil galante, ambos o mesmo inquieto falador, de cartola, camisa vermelha xadrez e sorriso amarelado. Enquanto o flautista distribuia alguns botões de rosa, Cyanjack deu conta de dar ainda mais asas ao coração de pobre Sophieé;

"Dança, canta, craveja o chão com tua graça!
Por que teus preciosos pés o são como um adorno,
peço-lhe teu amor que constantemente me enlaça,
e imploro, doce dama, um último beijo, para meu bom sono.

Questiono eu então, por que hás de me conquistar?
Se em meus sonhos me foi dado o dom do ser sozinho?
Bem sei que amável e de desejo é teu âmbar.
Então declara a mim todo o teu amor e teu carinho!

Asas, asas, as escondi de ti!
Pois meu anjo, sem elas, não podes deixar-me a mim.
Mesquinho, a quero só ao meu lado e por fim,
amaremo-nos eternamente sob estrelas, mesmo aqui!"

E entre rosas rodopiando pelo ar cheio de sereno, nossos amigos conquistadores vagam, triunfantemente, rumo ao próximo povoado onde irão espalhar todo o amor do mundo.